terça-feira, 28 de setembro de 2010

über-green: Tecidos sustentáveis... saiba mais!

Algodão

Esta é uma fibra sensacional para roupas, mas o cultivo tradicional do algodão causa problemas tanto ao meio ambiente quanto aos trabalhadores por conta do uso de pesticidas e inseticidas que causa doenças e espalha a poluição nos lençóis freáticos.

O algodão orgânico é cultivado sem uso destas técnicas e não causa estes distúrbios, mas requer muito trabalho – e o campo tem que estar livre dos aditivos químicos pelo menos por três anos antes do produto ganhar a certificação. A demanda global pelo algodão orgânico cresce exponencialmente e a grande questão hoje é como produzir o suficiente para atender a todos. La Rhea Pepper, do Organic Exchange, declarou a Linda: “Para encorajar a produção das fibras orgânicas precisamos discutir e implantar modelos que reconheçam o valor do produto dos limites das fazendas até o final da cadeia produtiva.”

Cânhamo

Sim, a planta produz fibras vestíveis, além do produto ilegal – e é uma das matérias primas mais promissoras. É altamente produtiva sem uso de pesticidas ou inseticidas e melhora o solo onde é cultivada. É resistente e pode ser plantada em quase qualquer clima. O tecido pode ser feito quase sem uso de produtos químidos e como não pede grande tecnologia para ser feito, pode ser realizado na fazenda, aumentando o emprego e reduzindo os custos de transporte e poluição decorrentes.

O Cânhamo tem sido usado como matéria prima para tecidos há milênios e só recentemente se tornou controverso. Como a planta também produz maconha é ilegal nos Estados Unidos (no Brasil também) mas é cultivada legalmente na Europa, Ásia e Canadá.

Bambu

O tecido produzido a partir do bambu tem grande suavidade – é comparado ao cashmere. Como a planta cresce rápido e fácil, é em grande parte naturalmente orgânico. Não precisa ser replantado depois da colheita e cresce novamente a partir das raízes. Como o cânhamo, ele melhora a qualidade do solo e ajuda a reconstituir os efeitos da erosão.

Há duas formas de fazer tecido a partir do bambu: mecânico ou químico. O método mecânico pede que se prense a parte da madeira e depois se acrescentam enzimas naturais que produzem uma polpa que pode ser “penteada” e tecida. O resultado deste processo costuma ser chamado de “tecido de bambu”. E uma minúscula parte da produção destina-se ao vestuário porque o método exige muito trabalho e é caríssimo.

O tecido de bambu usado para vestuário é em grande parte resultado do processo químico, que é feito através do “cozimento” das folhas e ramos em hidróxido de sódio e dissulfato carbônico (hidrólise por alcalinização combinada ao bleaching) . Este processo causa muitos problemas de saúde. Em baixa quantidade, cansaço, dores de cabeça e problemas nervosos. O dissulfato carbônico é indicado como origem dos problemas nervosos de trabalhadores na produção de rayon… Exatamente por conta disso é considerado prejudicial ao meio ambiente e não é sustentável nem ecológico. A boa notícia é que há novos jeitos de produzir a fibra de bambu. Por isso mesmo, antes de comprar, olhe a certificação – Oeko Tex, Soil Association, Skal, Krav ou qualquer similar.

Soja

Além de ser bacana para o corpo e a alimentação, a soja produz um tecido famoso por sua suavidade, conforto, brilho e caimento – que se combinam à lavagem fácil e durabilidade. É mais caro que o algodão orgânico ou cânhamo e tornou-se um produto de luxo. Outro ponto positivo é que é produzido com as sobras da indústria alimentícia. Existe alguma soja certificada – mas pouquíssima.

A pesquisa sobre o plantio de soja, claro, não leva a nenhum resultado positivo. Só aqui no Brasil a gente sabe bem o que as plantações têm feito ao cerrado e à Amazônia. Sem falar que grande parte das plantações usam sementes geneticamente modificadas (a tal soja transgênica que é usada na Argentina e aqui também). Esta prática causa danos aos rebanhos e plantações vizinhas. Em menos de uma década, as plantações de soja expulsaram gente do campo e causam sérios desequilíbrios ecológicos e agrícolas, detonam a segurança alimentar e levam à dependência de tecnologia controlada por duas ou três multinacionais. Antes de comprar qualquer coisa produzida com este tecido vale verificar a certificação orgânica.

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