Alguns quadros da casa da minha mãe aterrorizaram minha infância. Dois deles são de palhaços chorando, e meu irmão jura que um piscou para ele. Nem isso foi suficiente para convencer a minha mãe a se desfazer dos quadros. Ela argumenta que há valor sentimental nas obras.
Também me lembro de um quadro de Cristo na casa da minha avó paterna. Hoje, ele está na casa da minha prima. De fato, não me lembro de ver alguém da família se desfazendo de um objeto de arte – ainda que de gosto duvidoso. Logo, fazer arte com o que se tornaria lixo é uma maneira interessante de reduzir, ainda que pouco, a quantidade de resíduos nos lixões.
Obra Atlas (Carlão) do artista plástico Vik Muniz |
O artista plástico Vik Muniz, brasileiro radicado em Nova York, é um dos principais expoentes mundiais da waste art, técnica que aproveita materiais que seriam (ou foram) descartados em composições artísticas.
Uma de suas obras mais famosas, o Atlas (Carlão), foi produzida a partir de resíduos recolhidos pelos catadores de Jardim Gramacho, um bairro do município de Duque de Caxias (RJ), onde está localizado o maior aterro sanitário da América Latina, que recebe mais de 7 mil toneladas de lixo por dia. Confira mais obras no site oficial do artista.
(Foto: Divulgação) |
Já o francês Benjamin Gaulon usa suas criações para criticar a “cultura do obsoleto”, que leva a sociedade a descartar equipamentos eletrônicos com rapidez excessiva. Sob o codinome Recyclism, ele cria utilizando peças e equipamentos descartados. A maioria das criações pode ser vista em seu blog.
Mas, a estrela do movimento artístico verde atualmente é o fotógrafo Chris Jordan. Ele costuma reunir um tipo especifico de lixo e o resultado do retrato é uma espécie de mosaico. A foto abaixo, por exemplo, reúne milhares de bitucas de cigarro numa área de 25m x 12m. Vale a pena conferir mais fotos na galeria disponível em seu site.
Obrado fotógrafo Chris Jordan |
Fonte:PortalOnne
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