Flagship da Doc Dog, projetada por Felipe Protti

 O conceito de flagship store tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. Mas, muito antes de grandes redes de varejo decidirem criar suas lojas-conceito, em que a arquitetura e a decoração têm o papel de traduzir a marca para o público, renomados profissionais já se destacavam nesse mercado - e conquistaram muitos prêmios para o design brasileiro por meio da chamada arquitetura de varejo.

 loja Havaianas em SP
   
Autor de inovadores projetos residenciais e comerciais, o arquiteto paulistano Isay Weinfeld acaba de receber o prêmio de Melhor Design de Interior do Ano, da LEAF Awards, uma das premiações mais importantes no segmento da arquitetura mundial, pelo projeto desenvolvido para o Bar Número, em São Paulo. Antes, foi responsável por outros projetos igualmente premiados, como o da loja Havaianas dos Jardins, na capital paulista. "A arquitetura precisa traduzir a marca e gerar sucesso ao negócio', resume Weinfeld. 'Ao criar o projeto da Livraria da Vila, por exemplo, a ideia era criar um espaço em que as pessoas se sentissem bem, pudessem sentar, folhear um livro, ficassem mais tempo na loja e consumissem.'

Outro trabalho bem-sucedido é do jovem designer Felipe Protti, que fez projetos para lojas de moda jovem como Opera Rock e Doc Dog. Além de criar os ambientes - nos dois casos, com um caráter fortemente cenográfico -, ele costuma desenvolver também móveis e objetos de decoração. 'No caso da Doc Dog, por exemplo, cada loja é diferente. Mas, de maneira geral, quis criar algo diferente do que costumamos ver, que são lojas frias focadas apenas nos produtos. Queria transmitir o universo da marca, que alude a viagens, a cidades como Londres, Paris e Nova York.'

Ele também admite, no entanto, que, em última instância, o objetivo é levar o consumidor, claro, a comprar. 'A ideia é que o cliente sinta o universo da marca, se sinta à vontade naquele lugar, crie amizade com os vendedores.'

 flagship da C&A  no Shopping Iguatemi

Vale lembrar que algumas marcas que são símbolo de status já abriram as suas no Brasil, como a de Marc Jacobs. A Track & Field fez o contrário: saiu do País, e foi para Nova York. Mas não precisa ser marca de luxo ou grife cara para abrir uma flagship. Recentemente, a fast fashion C&A embarcou na ideia e inaugurou sua flagship no shopping Iguatemi.
 
Fonte:Estadão