sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ecobags ainda são vistas como acessório de moda




  Com a mudança de comportamento do consumidor e o aumento de produtos criados em prol da preservação ambiental, muitas empresas têm investido nesse nicho de mercado e é cada vez mais comum encontrarmos no varejo a oferta de ecobags, bolsas produzidas com fibras orgânicas ou recicladas. Mas o que foi criado como alternativa funcional para o uso de sacolas plásticas, não tem passado de conceito de moda. Isto é o que aponta a pesquisa realizada pela empresa Gatto de Rua que entrevistou 1.064 pessoas em diversos comércios e identificou que 71% delas não utilizam suas ecobags para os fins de transportar produtos, e sim, como artigo de moda.

Pesquisa realizada no litoral sul de São Paulo, nas cidades de Santos, Bertioga, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Cubatão, Itanhaém, Mongagá e Peruíbe, participaram do levantamento supermercados, lojas, livrarias, farmácias e quitandas. Das pessoas entrevistadas, apenas 34% possuíam sacolas ecológicas e dessas, 71% não estavam utilizando-as na hora da compra. Os principais motivos apresentados foram o esquecimento, a pouca praticidade para carregá-las e a opção de reuso das sacolas plásticas, principalmente como sacos de lixo.

"Embora tenha havido um avanço considerável na conscientização ambiental, os consumidores compram as sacolas ecológicas, mas a utilizam mais como um acessório para passeio do que como medida de preservação ambiental. As pessoas precisam se conscientizar que suas atitudes geram conseqüências para o nosso planeta", diz Elaine Guapo, diretora de Marketing da empresa realizadora da pesquisa.

Ainda de acordo com a pesquisa, as mulheres são as que mais utilizam as sacolas ecológicas, representando 83% dos consumidores do artigo. A utilização das ecobags é mais notada em supermercados com 68%, contra 23% em quitandas, e 9% em outros tipos de estabelecimentos.  

Produção de sacolas plásticas diminui
 Apesar dos dados apontarem o pouco uso das ecobags, há uma diminuição na produção de sacolas plásticas. De acordo com dados da Plastivida, Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, até agora, houve uma queda de 16,2% na sua fabricação. Das 17,9 bilhões sacolinhas fabricadas em 2007, houve uma redução para 15 bilhões em 2009. Apesar da diminuição, seja pela ampla divulgação sobre os problemas para o meio ambiente ou pelas legislações que proíbem ou impõem a substituição por biodegradáveis, os índices continuam altos e há a expectativa que haja uma redução no consumo para 14 bilhões até o final deste ano.

No Brasil, são distribuídas mais de 1 bilhão de sacolas plásticas por mês nos supermercados. Isso equivale, em média, a 66 sacolas por pessoa e cada uma, leva até 300 anos para se decompor. Além disso, as sacolas emitem diversos gases poluentes durante o processo de fabricação.  "O percentual de sacolas plásticas recicladas é quase zero, pois a maioria é usada como saco de lixo, ficando contaminada por restos de alimento, entre outros materiais. As sacolas ecológicas continuarão sendo uma solução para diminuir a poluição e o acúmulo do lixo no planeta, as pessoas apenas têm de ser educadas ambientalmente para evitar a plastificação do nosso planeta", afirma Elaine.

A gerente afirma também que em cidades onde foram adotadas medidas educativas para coibir a utilização de sacolas plásticas, a população colaborou bastante. “Quando há conscientização das pessoas, o número de adesões é muito significativo. Por exemplo, em Xanxerê, cidade de 42 mil habitantes no interior de Santa Catarina, por iniciativa da própria população, pois não há legislação específica, conseguiu-se cortar 91% do uso dos sacos desde abril de 2009, quando os supermercados passaram a cobrar pelas sacolas plásticas”, diz a diretora. 

Legislação


 A proibição do uso de sacolas plásticas já virou lei em cidades dos Estados do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo.  A substituição pelas embalagens biodegradáveis, oxi-bio e retornáveis já foram implantadas em Goiás, Espírito Santo e Maranhão. Só em São Paulo, a proibição já está em vigor nos municípios de Jundiaí, Osasco, Sorocaba, Santos, Piracicaba e Guarulhos.

Na Europa, países como Itália, Bélgica, Alemanha, Holanda e Suíça, tributam o uso de sacolas plásticas. Na Irlanda, em 2003, foi adotada uma lei de imposto sobre o uso dos sacos plásticos, o que reduziu o consumo em 90%. Na Espanha, Noruega e Reino Unido está em debate a adoção de proibições ou impostos sobre o uso. Em Taiwan, o uso também é tributado e nas cidades de Dhaka (Bangladesh) e Bombaim (Índia) o uso já é proibido. Na África do Sul os plásticos mais finos são proibidos e os de espessura maior são tributados, assim como na Eritréia, Ruanda, Somália, Tanzânia, Quênia e Uganda.

Nos Estados Unidos, Washington proíbe a distribuição gratuita de sacolas plástica. As cidades de San Francisco e Oakland, na Califórnia, proíbem os sacos, e promovem a utilizam de sacolas reutilizáveis ou recicláveis. No restante do Estado, os supermercados são forçados a aceitar sacos vazios de volta para reciclagem. Iniciativas semelhantes de coleta e reciclagem estão sendo estudadas em Nova York, Nova Jersey e Maryland.



Edição: Stéfanie Privado
Fotos: Divulgação
Fonte: Atelier de Idéia

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