Eu sei, todo mundo já cansou de ouvir falar da Geração Y - os jovens de hoje, normalmente descritos como “conectados” e “globalizados”, e representados em imagens com ar retrô a constante clima de euforia. Mas afinal, quem são esses caras? Este vídeo de 9 minutos feito pela BOX1824, empresa de pesquisa de tendência e consumo que fica de olho no que as pessoas de 18 a 24 anos estão fazendo, explica bem essa turma e, de bônus, ilustra alguns mecanismos da moda.
Primeiro, sobre moda: o vídeo mostra o quanto esse é um assunto que às vezes passa longe de roupa, colar e sapato. Colando referências alucinadamente, de clássicos do cinema ao vídeo que bombou na internet na semana passada, ele afirma que para estar por dentro tanto faz se a sua bolsa custou dezenas, centenas ou milhares de reais. O que importa é se você dá uma risadinha de canto quando vê o Trolololo. Se você saberia dizer de que bandas são as músicas que estão tocando, se identifica os personagens que aparecem bem rapidinho.
É uma defesa aberta da ideia de que moda é atitude. E essa é uma ideia totalmente colada, justamente, ao período de tempo abordado pelo filme. Esse papo de que moda é comportamento tem sua origem nos baby-boomers (a primeira geração apresentada). Já havia tribos urbanas antes? Sim. Mas elas viram regra com eles.
E isso vai dar num outro bom momento desse clipe, quando, na altura dos 6:11s, ele explica a diferença da dinâmica dos jovens nos anos 1980 (fortemente baseada nos grupos), 1990 (os grupos começam a perder força e legal mesmo é transitar entre eles) e 2000 (ninguém é normal, todo mundo é único, portanto, não há grupo possível). Os baby-boomers criam as tribos, a Geração X abraça a ideia, e a Y acaba com ela.
Mas voltando um pouco à ideia de que a moda está em ter entre 18 e 24 anos e saber a letra de Bed Intruder Song: se você tem mais de 24 e não tem ideia de quem é Antoine Dodson, não precisa se sentir demodé. É que a Geração Y talvez tenha uma particularidade bem especial, que está indicada no finzinho do filme, quando o narrador diz:
“Se você acha que já sabe bastante e está em paz com o seu espaço no mundo, então parabéns, você está oficialmente morto. Mais do que nunca, para entender o mundo é preciso entender esses jovens. (…) E há um bônus extra: entender a evolução do mundo é uma busca que pode nos manter jovens para sempre.”
Essa é uma geração estendida. Que tem representantes de 40 anos. Se isso é bom ou ruim? Isso é outro papo. Mas se você quiser fazer parte dela, é só encarar uma maratona Know Your Meme e Hype Machine para se atualizar nas manias de internet e bandas do momento.
Só não esqueça que há quem diga que o Peter Pan, na verdade, está morto.
Fonte:http://blogs.estadao.com.br/moda/
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