Com retalhos de roupas que foram parar no lixo, o estilista brasileiro mostra como a sustentabilidade na moda pode reduzir gastos, aumentar o lucro e de quebra ter papel atuante para um mundo melhor
Segundo o dicionário da língua portuguesa, a palavra Sustentável é um adjetivo referente àquilo que se pode sustentar. Mas para um mundo onde excessos e desequilíbrios são variáveis comuns, o termo ganha força e diferentes formas de ser expressado.
Em meio a esta turbulenta realidade, o estilista Geová Rodrigues assume a sua interpretação do que é sustentabilidade e em entrevista ao portal EcoDesenvolvimento.org mostra como atribuiu à moda um importante conceito de responsabilidade, mesmo sem levantar a bandeira de estilista sustentável.
Trabalhando com tecidos reutilizados e muito estilo, Rodrigues confecciona verdadeiras esculturas de tecido, onde os reaproveitados ganham nova vida e a moda, um grande aliado. Um dos novos ícones do movimento Descontruction Couture (onde a criação de roupas se dá por meio da desmontagem e remontagem de peças antigas), o brasileiro brinca com cores, contornos e já usou 10 tecidos diferentes em uma só criação, para ele, isto é ser original.
Se termina a linha branca, continuo com uma amarela.
“Eu uso o que eu tenho”. Essa é a ideia de Geová ao elaborar suas criações exageradas nas cores e cortes, mas sem exageros de produção.
“A minha inspiração veio da vontade de fazer roupas e como na época não tinha dinheiro pra comprar os materiais, surgiu daí a ideia de reciclar. Fiz, agradou e agora sigo reciclando e lapidando este recurso a cada coleção”, afirmou o potiguar.
Entre as modelos que já desfilaram Geová, as tops Gisele Bündchen e Fernanda Tavares (na foto acima)
De maneira livre, o artista encontrou no lixo da 7ª Avenida em Manhattan (região dos Estados Unidos conhecida mundialmente por abrigar grandes marcas como Calvin Klein e Donna Karan) as primeiras sobras de tecidos para a criação de vestidos e blusas, e brinca: “Moda sustentável? Como o próprio nome diz, é vender pra se sustentar”.
Com os pés fincados igualmente na realidade e na abstração da pintura, o também artista plástico acredita que, apesar da espontaneidade da criação, a moda também precisa ser levada a sério, e critérios de consciência ambiental e social podem ser, além de importantes para o planeta, lucrativos.
Made in Brazil
Para o estilista, o segredo está em produzir roupas que encantem os consumidores e, em poucas palavras, mostrem como são exclusivas e originais – ainda que sejam resultantes de reutilização ou reciclagem.
“Moda, como tudo em nossas vidas, tem que ter responsabilidade, e a reciclagem é algo em que temos que acreditar, pois está sendo bem aceita [pelos consumidores]. As pessoas, quando gostam de uma peca, simplesmente pagam o preço, não importa se o tecido é italiano, novo, achado ou ganhado, o que importa é que estão levando uma criação com a qual se identificaram”, destacou Geová.
Com sua última coleção lançada em setembro, o artista que tem a sede do seu atelier na cidade de Nova York também pode ser encontrado na cidade de São Paulo e no Rio de Janeiro.
Para mais informações, o contato pode ser feito através do e-mail geova@geovafashion.com.
Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/estilistas-sustentaveis-conheca-geova-rodrigues
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