terça-feira, 19 de abril de 2011

Depois da PeleMania. Mais uma da Arezzo...

    . Foto: Reprodução

Depois do caso da coleção PeleMania. Mais uma da AREZZO... Acabei de receber da minha sócia/amiga Clarissa um e-mail de uma das menina que estudou com ela no Fashion Business da FGV/RJ falando super mal da badalada marca de sapatos e acessórios... Enfim, vamos ao desabafo da Fabiane - que deve ser o de muitas, eu conheço algumas - depois eu dou minha opinião.

"Querida Arezzo,

Eu sempre fui uma boa cliente para você. Apesar das vendedoras esnobes, dos preços absurdos e das campanhas publicitárias cafonas, eu sabia que valia a pena comprar os seus sapatinhos.

Ao longo de todos esses anos, foram pelo menos umas 20 sapatilhas, mais scarpins e sandálias e até uma rasteirinha – a única que eu tenho, imagine, logo eu que não uso rasteirinha! Tudo bem, eu sei que não é muito e que tem gente que compra bem mais que eu, mas eu sou uma jornalista pobrinha; se levar em consideração a despesa em relação ao salário, olha, eu fui muito legal com você.

Aí um dia, eu comprei aquele scarpin de “couro” (cof, cof) preto. Salto alto. Plataforma. Eu fico com mais de 1,80m com ele, Arezzo! Tão bonito, tão confortável. Como (quase) tudo que você faz.

Justamente por ele me deixar tão alta, usei pouco; guardei essa preciosidade de R$ 270,00 para ocasiões especiais – principalmente quando elas envolviam também o uso do meu vestidinho lindo da Saad.

Comprei o pequenino há dois anos. Usei cinco vezes, e poderia citar todas elas aqui. Durante todo esse tempo, ele ficou guardado no saquinho dele, na caixinha dele. Como muitos outros sapatos lindos que eu tenho, sabe?

Mas tem uma diferença entre os meus sapatos lindos e o seu scarpin. Sabe qual? Eles não se desmancharam. Pois é, Arezzo. Você sai por aí vendendo sapatos que são supostamente de couro (afinal, por esse preço!) e, depois de serem usados cinco vezes, eles desmancham, revelando um tecido vagabundo pintado de tinta texturizada para imitar couro. O sapateiro riu de mim. Riu.

Eu achei que você fosse me explicar isso, que fosse passar a mão na minha cabeça, dizer que pedia desculpas e que isso não aconteceria mais, que foi um erro, mas o que você fez? Me esnobou. “Não nos responsabilizamos por sapatos comprados há mais de três meses.” Como assim, Arezzo? Eu tenho sapatos Topshop, Sommer, tenho até Melissas guardadas há mais tempo do que guardei esse scarpin, e sapatos usados muito mais vezes que esse scarpin e que não se desmancharam!

É por isso, Arezzo, que eu quero que você vá se danar.

Sabe o que eu fiz hoje? Eu comprei um scarpin seu. No Paraguai. Por R$ 40,00. Ok, deve ter algum pequeno defeito, mas se é pra se desmanchar mesmo, né? Que seja a preço de pano pintado.

Se é como lixo que você vai me tratar, então é assim que vai funcionar. E prepare-se, porque eu vou espalhar essa história e ainda contar para todas as pessoas que eu conheço que tem Arezzo no Paraguai a preço de Moleca. Aliás, nem a minha Moleca se desmanchou como a porcaria do seu scarpin.

Então, é isso. Passe bem com as suas vendedoras esnobes, suas sapatrocidades cor de caneta marca-texto e seus sapatos de pano mentirosos. A mim, você não engana mais.

Atenciosamente,
Fabiane Ariello
Foz do Iguaçu, PR, Brazi

Com relação ao uso de peles eu acho isso tão complexo, temos que ver bem como tudo isso funciona e uma boa fiscalização também seria bem vinda... Afinal de contas, comemos carne vermelha (eu não), carne de coelho e tantas outras carnes e o que vamos fazer com a pele? Jogar fora? Será que todos que foram contra a Arezzo pararam de comer carne? E as peles sintéticas como serão descartadas depois que enjoarmos da peça? O couro natural deve se decompor na natureza muito mais facilmente que os sintéticos Enfim, não é tão simples. A moda eco é super importante e eu sou super defensor, mas se não pensarmos toda cadeia não faz sentido... A campanha deveria ser contra o consumo de carne animal, mas quem está disposto a parar? 

Com relação ao desabafo da Fabiane, acho que você faz muito bem em expor sua opinião, uma marca precisa respeitar seus clientes se ela quiser ser respeitada. Pra mim a Arezzo cresceu muito e acabou virando uma fast fashion mega careira, com produtos que deixam a desejar. Já ouvi relatos de vendedoras que dizem que o tamanho não é padronizado e que o problema de troca/devolução por defeito é enorme. Enfim, agora o grupo está focado na marca Alexandre Birman e a Arezzo não passa de uma copiadora de tendências que atende a classe média brasileira.

Uma pena ler essas coisas, juro que tenho um carinho muito grande pelas marcas que controem a história da moda brasileira - odiei falar mal da Cantão - mas, é inevitável, não usar nosso canal de contato com as pessoas para fazer esse tipo de denuncia - afinal de contas, nós blogueiros somos independentes, bem diferente dos sites de moda que jamais vão abrir espaço para falar mal de seus anunciantes... Enfim, já chega de assunto polêmico.

Agora é com cada um de vocês, a escolha é "livre".

Fábio Monnerat

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