A estética característica de Tim Walker
evoca as épicas fábulas e contos de fadas de uma Europa longínqua,
somada a sua discrição, encobertam a própria imagem do fotógrafo,
nascido em 1970, na Inglaterra.
O universo da fotografia converteu-se,
espontaneamente, em uma paixão. Antes de entrar para a universidade,
Walker trabalhou nos arquivos da “Vogue” britânica, em Londres, onde
estão guardadas não apenas todas as edições da revista, mas também os
negativos de milhares de fotografias já publicadas pela mesma. A
experiência possibilitou, além do conhecimento de grande parte da obra
de nomes importantes do meio, como Cecil Beaton e Richard Avedon, o
entendimento da própria história da fotografia de moda. No entanto, a
decisão de adotá-la como profissão só aconteceu após inúmeros
questionamentos quanto à própria vocação: “Havia um aspecto técnico da
câmera que me assustava porque não sou motivado ou interessado pela
técnica. Não me interessa o modo de funcionamento [da câmera], mas me
preocupo com o que está a minha frente. E pensei que, na verdade, seria stylist, porque adoro roupas. Não necessariamente só fazer o styling de roupas, mas de toda uma locação”, contou Walker
Após a graduação na Exeter Art College, Walker atuou por um tempo como assistente freelance
de fotografia, em Londres. Pouco depois, mudou-se para Nova York, onde
trabalhou com Richard Avedon, também como assistente, mas agora em
período integral. Ao retornar para o Reino Unido, o inglês inicialmente
se aventurou como fotojornalista para publicações locais, até que, aos
25 anos, conquistou sua primeira oportunidade nas páginas da “Vogue”
britânica. Logo, seguiram-se as edições americana e italiana do título
e, já nesta década, colaborações com a “W” e “i-D”, além de campanhas
publicitárias para a Aquascutum, Dior, Valentino e Mulberry. Em 2008,
Walker ganhou uma grande retrospectiva no Design Museum de Londres, o
que coincidiu com o lançamento de seu livro, “Pictures”, e o recebimento
do prêmio “Isabella Blow” do British Fashion Council.
Em 2009, o Centro Internacional de Fotografia de Nova York concedeu a
Walker o prêmio “Infinity”, na categoria editorial e publicitária de
moda. No ano seguinte, o britânico ganhou o prêmio ASME, da American
Society of Magazine Editors, por “East Enders”, publicado na edição de
setembro de 2010 da revista “W”. Ainda em 2010, Walker lançou seu
primeiro curta-metragem, “The Lost Explorer”, vencedor do Chicago United
Film Festival 2011. Independentemente de quaisquer premiações, no
entanto, Walker converteu-se em ícone por sua obra, dotada de uma
dramaticidade ímpar. As megaproduções cenográficas, que se assemelham
mais ao teatro que à própria moda, vão além da temporalidade da última e
dão a possibilidade de adentrar em um mundo à parte.
Über-Adoro!
Fonte:FFW
Fotos:Reprodução
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