Se você é adepto da calça jeans, camiseta básica, pouca estampa e nenhum logo, casacos de moletom, não liga para tendências, não se importa com o universo fashion, não lê revistas de moda, não tem paciência para desfiles, não gosta de se destacar na multidão e não se interessa por saber quem é o diretor criativo da Chanel (um beijo Karl), não assina a Vogue e acha uma chatice esse lance de "Trend", saiba que você é um normcore. Ou pelo menos era no sentido mais puro da palavra, pois agora NORMCORE está na moda e vai ser tema da Vogue Brasil de outubro, já esteve na W, Interview, Vogue, Elle, blogs e etc. Normcore é o último grito entre os Fashion Victim, afinal de contas o que vale nessa temporada é fingir que você não se importa nada com a aparência - praticamente um genderless low profile.
Abordado por esse viés fashion pela “New York Magazine” – primeira a citar o termo e uma das responsáveis pela disseminação do conceito –, normcore nada tem a ver com roupas, mas, sim, com atitude. A concepção seria a de que o indivíduo se adapta com naturalidade à situação em que se encontra, integrando-se com maior facilidade a qualquer ambiente, seja ele qual for. Normcore representaria a fluidez de identidade que está emergindo na cultura jovem, fluidez esta que pode ser resumida em empatia e conectividade. E, para isso, nada melhor que um vestuário mais versátil.
“O jovem normcore é um camaleão urbano, que pode ir a um sertanejo universitário na terça, a um funk na quinta e a uma festa de rock no fim de semana. É um comportamento mais situacional e adaptável”, esclarece André Oliveira, diretor de tendências da Box 1824, escritório paulistano de pesquisa em inovação, consumo e cultura que, em parceria com o grupo nova-iorquino de previsão de tendências K-Hole, elaborou o relatório “Youth Mode: Um Estudo Sobre Liberdade”, que criou o conceito de normcore. Nessa perspectiva, os atores James Franco e Wagner Moura, que transitam por universos diferentes, são considerados ícones da tendência.
“Ao contrário do hipster, normcore é você ser diferente no meio da multidão, sem fazer um estardalhaço fashion para ser notado.” Costanza Pascolato
Ou seja, é evitar o chamativo, é ser logofóbico, é usar peças confortáveis, é não seguir a moda e sim vestir o que gosta ou talvez nem pensar sobre o que está vestindo. EM TEORIA.
Depois de algumas publicações apontarem o fenômeno, o que os especialistas agora acham difícil é classificar os normcores involuntários dos normcores intencionais. Porque sim, já há gente tentando parecer sem estilo para seguir a tendência...
Fonte:Ela
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