Reprodução
Não é mais novidade que os comerciais de margarina não abrem mão da
fumaça saindo do bule do café pela manhã para que recordemos o aroma
mais enraizado da infância: o café sendo preparado e a família ao redor
da mesa. Parece que conseguimos sentir o cheiro! A sensação de
bem-estar é imediata. Automaticamente, criamos associações positivas
com aquela marca.
Mas o aroma não está sozinho. Vivemos
diariamente um intenso processo cognitivo através de formas, cores e
inúmeras outras sensações que as marcas nos proporcionam. Em um mundo
onde qualidade já é commodity, os marqueteiros precisam se
superar a cada dia. A música sempre foi capaz de traçar a identidade de
uma pessoa ou de uma sociedade. Quando bem escolhida, reconhecemos
marcas, associamos a sentimentos e guardamos aquela sensação na
memória.
Hoje em dia, a busca desenfreada das empresas para se posicionarem
positivamente na mente dos consumidores fez da memória auditiva uma das
grandes forças do marketing sensorial (scent marketing). A música corporativa (sound branding)
transforma o conceito e a linguagem visual da empresa, dá voz à marca,
evidencia sua personalidade e cria um vínculo emocional com o cliente,
conectando-o diretamente a suas emoções, estado de espírito e estilo.
Com algumas marcas, já ficou impossível desconectar alguns sons da sua imagem.
Os roncos dos motores de marcas como Ferrari, Harley Davidson e Porsche, por exemplo, já são patenteados.
Ronco da Harley Davidson:
Existem os logotipos sonoros:
Mercedes:No link a seguir há um vídeo de 6:29 minutos com vários outros exemplos:
Mas a música vem tomando conta do mundo corporativo e indo muito além
dos logotipos e sons patenteados das suas máquinas. As indústrias de
entretenimento e hospitalidade têm investido pesado para tornar seus
ambientes agradáveis (fazendo seus clientes se esquecerem do tempo e do
espaço) e conectá-los a um certo estilo de vida.
Shopping centers, restaurantes e
hotéis de alto padrão saíram na frente e vêm trabalhando muito para que
seus clientes levem algo mais na memória do que somente um lindo design e aromas agradáveis. O Fashion Mall no Rio de Janeiro investe em sound branding
há anos, e a empresa Zanna Sound é responsável pelo seu tema musical,
logo sonoro, espera telefônica e várias outras peças. Ouça e veja neste
vídeo as peças sonoras e a rádio criada para o empreendimento:
Em restaurantes, as estatísticas não mentem. De acordo com os estudiosos Lovelock e Wirtz, o
comportamento dos clientes é extremamente impactado pela música
ambiente. Os valores estão em dólar, por ser uma pesquisa de 2006 feita
nos Estados Unidos:
- Tempo gasto pelo consumidor à mesa: 45 minutos com música rápida e 56 minutos com música lenta.
- Despesa com comida: US$ 55,12 com música rápida e US$ 55,81 com música lenta.
- Despesa com bebidas: US$ 21,62 com música rápida e US$ 30,47 com música lenta.
- Depesa total: US$ 76,74 com música rápida e US$ 86,28 com música lenta.
Seguindo a tendência, hotéis não param de
inovar. O Sofitel Montreal oferece um MP3 estilizado, com o logo do
hotel e todas as músicas que tocam no lobby ao final da hospedagem dos
hóspedes VIPs.
Já a rede Starwood Hotels & Resorts fez uma parceria com o Jazz
at Lincoln Center, em Nova York, e vai abrir uma série de clubes de jazz em propriedades da sua marca hoteleira St. Regis no mundo todo.
A programação de jazz será levada aos hotéis para entreter e
educar os clientes sobre a história do gênero e seu valor cultural. O
primeiro clube do jazz será no St. Regis Doha, no Catar, que abrirá em abril de 2012. Outros cinco clubes de jazz já estão programados para os próximos cinco anos.
Em resumo, as marcas líderes estão cada vez mais abertas e vigilantes na construção de parcerias estratégicas ressonantes, on-line e off-line.
Oferecer narrativas mais ricas e uma forte afinidade cultural nos
principais pontos de contato com o cliente pode se tornar uma das
grandes vantagens competitivas dessas marcas.
Fonte: www.stregisdoha.com.
Fonte: www.stregisdoha.com.
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