O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) abre as portas para o talento das comunidades cariocas. Entre os dias 5 de novembro e 4 de dezembro, o museu recebe a exposição “Favelagrafia”, resultado do projeto de mesmo nome, criado pela NBS Rio+Rio com o objetivo de trazer um novo olhar sobre as favelas, através de seus moradores.
O projeto selecionou nove fotógrafos, de nove favelas diferentes, que desde julho estão fotografando suas comunidades, usando um iPhone e muito talento. Nas mais de 180 fotos que compõem a mostra, o Morro do Borel, Santa Marta, Morro da Mineira, Complexo do Alemão, Providência, Cantagalo, Babilônia, Rocinha e Morro dos Prazeres são eternizados em diferentes momentos, contando as histórias de seus moradores, suas belezas e paisagens.
Cada fotógrafo terá em torno de 20 imagens selecionadas, dispostas em vielas fotográficas, que compõem a exposição no MAM. As obras foram escolhidas pelos próprios fotógrafos junto ao curador da mostra, André Havt, Diretor de Arte da NBS e um dos idealizadores do projeto, respeitando o conjunto da linguagem e a linha de trabalho de cada fotógrafo.
“O mais interessante durante este processo é ter a certeza que estes nove fotógrafos são artistas em potencial que estão se credenciando para serem olhados pelo mundo. Tem sido fantástico poder acompanhar e contribuir para a evolução do olhar deles. Como também tem sido igualmente fantástico aprender a desconstruir meu olhar com cada um deles”, celebra Havt.
Para a diretora da NBS Rio+Rio, Aline Pimenta, o sucesso do projeto é fruto da dedicação e competência de cada um dos participantes. “Os nove fotógrafos selecionados para o Favelagrafia representam perfeitamente o potencial e o talento das favelas. A exposição no MAM coloca holofotes nestes talentos, desconstruindo a imagem estereotipada que a sociedade tem sobre a favela”.
Para Carlos Alberto Chateaubriand, presidente do MAM, é extremamente gratificante participar de um projeto dessa importância. “Os clicks dos fotógrafos, ainda amadores, nos revelam uma sensibilidade e um olhar impressionantes. A força da mensagem emocional, que transcende o perfeccionismo técnico e as leis da composição”, afirma.
Durante o período da exposição, serão apresentados também um livro e um site documentando o projeto, trazendo o perfil dos fotógrafos e seus dados para contato. Algumas das fotografias a serem expostas também já estão disponíveis no Instagram @favelagrafia, que compartilha alguns momentos do projeto.
O projeto Favelagrafia é incentivado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura, idealizado pela NBS Rio+Rio, com realização da ISL Produções e patrocínio do Consórcio Linha 4 Sul.
Os fotógrafos:
Favelagrafia :: Rafael Gomes :: Rocinha
O Rafa gosta de fotografar as ondas da Praia de São Conrado. E foi lá que ele se apaixonou pela fotografia. Morador da Favela da Rocinha “a maior favela do Brasil”, ele agora capricha nos cliques para mostrar o cotidiano e as curiosidade da comunidade para o Projeto Favelagrafia.
Favelagrafia :: Josiane Santana :: Complexo do Alemão
A Josi nasceu no Complexo do Alemão e durante anos viu o território onde vive e que tanto ama ser massacrado, apontado pela mídia como o lugar mais perigoso do Rio de Janeiro. Decidiu resistir, ir contra e resolveu usar a fotografia para mostrar exatamente o contrário. Através de imagens ela quer mostrar a potência de quem vive no Alemão.
Favelagrafia :: Omar Britto :: Babilônia
Servidor público e fotógrafo nas horas vagas. Omar Britto se orgulha de viver em um lugar privilegiado, o Morro da Babilônia. É do alto da favela que ele capricha nos cliques do principal ponto turístico da cidade: a Praia de Copacabana. Agoraele registra o dia a dia para o Projeto Favelagrafia.
Favelagrafia :: Joyce Marques :: Providência
Com apenas 20 anos e muito talento, Joyce Marques se apaixonou pela fotografia do outro lado da câmera, fazendo trabalhos como modelo. Joyce está aproveitando o Projeto Favelagrafia para conhecer melhor e se apaixonar ainda mais pela própria comunidade, o Morro da Providência.
Favelagrafia :: Anderson Valentim :: Borel
Estudante de Design Gráfico e apaixonado pela arte urbana, Anderson Valentim se apaixonou pela fotografia não tem muito tempo. Morador do Morro do Borel, ele tem caprichado nos cliques de pessoas, mostrando com a arte a vida de quem vive na favela. E o resultado está ficando incrível.
Favelagrafia :: Saulo Nicolai :: Prazeres
Saulo Nicolai gosta de estar no campo, nas ruas, gosta da adrenalina do dia a dia. E no Morro dos Prazeres, onde mora, costuma transformar fotografia em poesia. Aproveitando a vista incrível, uma das mais lindas do Rio de Janeiro, e a beleza de dentro da favela, ele está caprichando nos registros para o Projeto Favelagrafia.
Favelagrafia :: Magno :: Cantagalo
Magno está sempre com o sorriso pronto para abrir com facilidade. Alguns chamam de Surfista. Outros de Playboy. Ele vai levando na boa. Caprichando nos cliques da praia e mandando bem em registros dentro do Morro do Cantagalo, onde mora.
Favelagrafia :: Elana Paulino :: Santa Marta
A animada Elana Paulino costuma dizer que “quem não é visto não é lembrado”. Algo que ela costuma estar sempre praticando. Moradora do Morro Santa Marta, ela trabalha registrando aniversários, casamentos, batizados e faz até velórios, se o dinheiro for bom.
Favelagrafia :: Jessica Cristina Higino :: Morro da Mineira
Jéssica Higino tem uma característica que nem ela conhecia: nunca coloca o céu nas suas fotos. Não tem explicação, é estilo. Moradora do Morro da Mineira, Jéssica gosta de fotografar o sorriso das crianças, as belezas da comunidade, mas não esconde o lado ruim. Registra para quem sabe ajudar a mudar essa realidade.
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