Estudo inédito realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) vai ajudar as empresas do setor a traçarem estratégias competitivas para seus negócios. A “Pesquisa sobre Usos, Hábitos e Costumes do Consumidor Brasileiro de Vestuário”, que acaba de ser concluída, mapeou os novos padrões de consumo dos brasileiros, com objetivo de compreender melhor o cenário atual da industria do vestuário, que enfrenta crescente concorrência de produtos vindos da Ásia. Tanto a Abit quanto o Ministério acreditam que com esta pesquisa, cujas informações completas estão disponíveis nos sites do MDIC (www.mdic.gov.br) e da Abit (www.abit.org.br) a partir de novembro, será possível traçar estratégias mais acertadas, o que possibilitará uma vantagem competitiva frente aos importados. De acordo com a Abit, o setor Têxtil e de Confecção brasileiro é o quarto maior do mundo na produção de vestuário, emprega cerca de 1,7 milhão de trabalhadores diretos e faturou US$ 60 bilhões em 2010.
Pontos importantes da pesquisa
- apenas 27,1% dos entrevistados costumam olhar as etiquetas das peças de vestuário/artigos de moda para saber a origem do produto;
- as mulheres são as maiores responsáveis, com participação de 84,6%, pela escolha de peças de vestuário/artigos de moda para si próprias ou para membros da família;
- a frequência de compra de peças de vestuário/artigos de moda é de uma vez por mês para 37,7% dos entrevistados e a cada três meses para 30,4% dos consumidores;
- as lojas de rua são o local preferido para compra de 56,2% dos entrevistados, sendo que quanto mais jovem o consumidor, maior a preferência pelas compras em shoppings;
- o dinheiro ainda é a principal forma de pagamento utilizada para comprar vestuário/artigos de moda, com 56,4% das preferências, seguido de cartão de crédito, com 30,4%;
- somente 15,2% dos consumidores já compraram peças de vestuário/artigos de moda pela internet;
- No Brasil, a participação do gasto com vestuário no total de despesas das famílias é de 5,5%, sendo que a região Norte apresentou o maior índice: 7,4%;
- televisão é apontada como principal fonte de informação sobre moda, com participação de72%;
- 47,5% dos entrevistados já compraram produtos de moda por causa de propagandas. Este índice é maior entre as mulheres, com 52,7%
- 84,7% dos entrevistados costumam se informar a respeito de moda, sendo que a cidade que mais se destaca é Porto Alegre (RS), com 98,5%; a de menor participação é Belo Horizonte (MG), com 59%;
- apenas 32,1% dos entrevistados acompanham as Semanas de Moda, sendo que as mulheres costumam seguir mais que os homens (40,4% e 22,9%, respectivamente)
- a maneira de vestir das personalidades (artistas, modelos, cantores e jogadores de futebol) influencia 62,2% dos entrevistados, sendo que as mulheres são as mais influenciadas, com 70,7%;
Fiscalização mais rigorosa
A indústria têxtil e de confecção também será beneficiada com a ampliação das atribuições do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), autarquia vinculada ao MDIC. Com a medida, que faz parte do Programa Brasil Maior, a autarquia passará a se chamar Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e irá atuar em aeroportos e portos para atestar a qualidade das mercadorias importadas. A alteração integra a Medida Provisória 541/11, aprovada pela Câmara no final de outubro e que seguiu para votação no Senado. A MP determina que o Inmetro atue em conjunto com a Receita Federal para verificar se produtos têxteis, assim como outras mercadorias estrangeiras, cumprem todos os requisitos exigidos para os produtos brasileiros. Para isso, o Inmetro terá livre acesso às alfândegas de portos e aeroportos do País, exercendo o poder de polícia administrativa e expedindo regulamentos técnicos nas áreas de avaliação da conformidade de produtos, insumos e serviços, para proteger a vida, a saúde, o meio ambiente, e prevenir práticas enganosas de comércio, como a que acorreu recentemente em Pernambuco, com a importação de lixo hospitalar dos Estados Unidos, que entraram no País como sendo retalhos e refugos para reciclagem de fibras têxteis.
Fonte:Textilia
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