sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

CEOs avisam: indústria da moda tem que acabar com a burocracia

 
Andrew Rosen, CEO da Theory, um dos empresários visionários que falou em seminário do “WWD” ©Reprodução

O “WWD” organizou mais uma edição do seminário Apparel & Retail CEO Summit, que convida economistas e empresários de vários setores da indústria de moda e têxtil para falar sobre como o mercado deve funcionar para prosperar – hoje e no futuro – em meio a tantas mudanças e competição. Basicamente, as principais respostas são: foco nos detalhes, paixão pelo produto, não ter medo de quebrar as regras e acabar com a burocracia.

Um dos estudos mostrado por Nathalie Remy, da McKinsey & Co, apontou que São Paulo está entre as cinco cidades onde o mercado de vestuário midmarket (composto por empresas com renda entre US$ 10 milhões e US$ 1 bilhão por ano) mais vai crescer no mundo até 2015, junto com Xangai, Moscou e Londres.

Veja abaixo algumas frases dos especialistas que participaram do evento em Nova York.
Millard Drexler, ex-CEO da Gap e palestrante no seminário organizado pelo “WWD” ©Reprodução

“Há pouquíssimas empresas hoje que colocam a integridade de seu produto em primeiro lugar e se forçam a serem inovadoras e criativas a ponto de extrapolar a expectativa de seus clientes”, Millard “Mickey” Drexler, CEO do J.Crew Group e ex- CEO da Gap Inc

“A pessoa é o próprio CV e não o que está em um pedaço de papel. Eu conheço todo mundo pessoalmente antes de contrata-los. Para mim CVs não importam. Títulos não importam, assim como não importa a escola onde você estudou. Inteligência emocional e um histórico de trabalho duro são muito mais relevantes”, Millard “Mickey” Drexler

“O mundo mudou muito. As empresas devem ser inovadoras, inspiradoras, devem ter integridade e paixão. Eu aprendi com meu pai como criar um ambiente que seja estimulante, excitante, como vender um produto e inovar. Aqueles eram tempos em que não havia o Google. Se a gente quisesse descobrir algo, saber o quanto uma peça havia sido vendida, tínhamos que ir para a Saks ou Bloomingdale’s no final do dia e conferir os comprovantes de pagamento”, Andrew Rosen, CEO das marcas Theory e Helmut Lang e investidor de marcas como Proenza Schouler, Rag & Bone e Alice + Olivia

“Acredito que toda empresa deve ter sua própria cultura e identidade. Todas as marcas com as quais trabalho operam individualmente. Minha filosofia é: é importante entender a missão de cada companhia, a estética do designer, seus desejos e direções e para onde ele imagina levar a empresa. Temos que criar uma plataforma em conjunto com eles que irá transformar esses sonhos e essa criatividade em realidade”, Andrew Rosen

“Para eu investir em uma marca hoje, ela deve ter inovação e integridade. Tem de ter autenticidade e paixão. A ideia, quando você está em busca de empresas jovens, não é simplesmente fazer roupas para pendurar em uma arara nas lojas, mas sim achar grifes que encontrem um filão no mercado porque têm uma boa ideia”, Andrew Rosen

“Eu acredito que o CEO tem que ser responsável e tem que saber o que está acontecendo. Acho que algumas das melhores ideias vêm das pessoas que estão fazendo o trabalho. Eu quero criar um ambiente onde as pessoas têm vontade de vir trabalhar e onde elas se sintam tranquilas em dividir seu ponto de vista. Eu não tenho que concordar com elas, mas tenho que ouvir. A porta da minha sala está sempre aberta e eu encorajo as pessoas a conversarem comigo sobre problemas ou boas ideias”, Andrew Rosen

“Acredito em dar liberdade criativa aos designers. Você também tem que entender, e fazer com que eles entendam, quais são os objetivos. Meu trabalho é trabalhar com eles e transforma-los em um negócio de sucesso. Minha definição de sucesso é fazer roupas que os estilistas sintam orgulho e que a gente possa ver em lojas importantes mundo afora. O resultado de um bom processo é o lucro”, Andrew Rosen

Ron Johnson, CEO da J.C. Penney ©Reprodução

“Na era da Internet, se uma loja não pode ser um acontecimento, ela não oferece mágica e uma ótima experiência, ela terá dificuldades em sobreviver. Se você entra em uma loja de departamentos, que tem 10 ou 20 anos de vida, elas têm se mantido, mas não foram repensadas para os tempos de hoje”, Ron Johnson, CEO da J.C. Penney Co.

“Parte da resposta para o mercado é se voltar às marcas de verdade. Caso contrário, todos os produtos vão acabar muito parecidos. Há um valor enorme em grifes com identidades únicas. Marcas boas são autênticas e inspiradoras”, Ron Johnson

“Como você cria uma companhia extraordinária quando o seu chefe talvez não seja um Steve Jobs? A resposta é armar o poder intelectual coletivo cativando os trabalhadores”, Gary Hamel, professor da London Business School e diretor do Management Innovation Exchange

“Vemos empresas que, para a maior parte das pessoas, não são tão inspiradoras assim”, Gary Hamel

“Nós temos chutado a burocracia na canela, mas ainda não demos um golpe de nocaute. Nós temos que colocar uma estaca no coração da burocracia”, Gary Hamel

Fonte:FFW

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