sábado, 11 de setembro de 2010

A moda em movimento


A presença de expositores e compradores nas feiras de negócios, realizadas no primeiro semestre de 2009, e o movimento das edições de Verão do Fashion Rio e São Paulo Fashion Week, sinalizaram que a indústria têxtil/confecção está conseguindo passar pela crise, sem muito trauma.

Isto é bom, pois revela que muitas empresas do setor estão se conscientizando da importância de se investir em produtos com apelo fashion, valor agregado e vendáveis, afinal, é bom lembrar que o consumidor hoje pensa duas vezes antes de comprar. Por isso, a situação econômica global ainda exige cautela.

Outra grande novidade no mercado fashion é a convergência, que poderá se configurar entre as suas principais semanas de moda do país. A InBrands, detentora tanto do SPFW como agora também do Fashion Rio, trata a moda como negócio e seu principal objetivo, como bem ressalta o diretor Gabriel Felzenszwalb, é fazer com que as grifes atinjam resultado financeiro de longo prazo. Contudo, não basta apenas se manter com as vendas no mercado doméstico, é preciso também ampliar as exportações.

E este é o principal desafio da indústria têxtil/vestuário brasileira.

Além de ser acossada pela importação de artigos chineses, que atingiu US$ 442,18 milhões no primeiro quadrimestre, ainda corre o risco de perder a Argentina como seu principal comprador. A China já é o principal fornecedor de têxteis para os nossos vizinhos.

De janeiro a abril de 2009 ano, a participação brasileira no mercado argentino de têxteis e vestuário despencou de 41,9% para 26,4%.

Enquanto isso, nos últimos anos, os chineses ampliaram sua fatia neste mercado, de 15,8% para 31,9%.

Cada vez mais é necessário haver uma política de incentivo à produção e exportação de bens manufaturados. Persistindo esta situação de privilegiar apenas a exportação de matérias-primas, o Brasil não conseguirá status de qualidade internacional de produto de valor agregado, tão importante para a indústria da moda.

Por: Maria José de Carvalho
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Fonte: ITT Press Trends
Edição: 74

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