quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Acesso: parte do corpo exposta

Deixar o corpo à mostra é o foco da moda atual. A regra é essa: não importa o modo, todos recursos de acesso à pele são permitidos. Entram na lista a modelagem, as matérias-primas transparentes ou teladas, e procedimentos como recortes a laser, perfuros e outros.

Quando não é a pele verdadeira que está exposta, entram as simulações, com formas moldadas anatomicamente simulando partes do corpo. Em ambos casos, a moda celebra o corpo como poucas vezes já se viu antes.

Mulheres sensuais e com muitas curvas estão tanto na coleção Versace inverno 2011, quanto no seu braço mais jovem, a Versus. Na 1º, usa-se recortes estratégicos e fendas abissais. Na 2ª, construção em tiras, busto marcado e comprimento mínimo abrindo espaço para o corpo.

Versus - Milão / inverno 2011

Em outras marcas, como Dior e Givenchy, o corpo é evidenciado pelas transparências em schiffons, voils, sedas e rendas.


Christian Dior - Paris / inverno 2011 | Givenchy - Paris / inverno 2011

Nos desfiles das últimas semanas de moda brasileira, as transparências entraram na lista de hits da maioria das marcas nacionais. Até mesmo a malharia finíssima de Lucas Nascimento entrou na onda.


Lucas Nascimento - Fashion Rio / verão 2010/11 | Osklen - SPFW / verão 2010/11 | Fernanda Yamamoto - SPFW / verão 2010/11


O plástico, a lycra e a soma de recortes com tecidos leves foram outros recursos utilizados pelas marcas nacionais para trazer a pele à tona e realçar as curvas naturais.

Neon - SPFW / verão 2010/11 | Rosa Chá - SPFW / verão 2010/11 | Animale - SPFW / verão 2010/11

Para quem procura inspiração e matérias-primas, as feiras apontam para vazados e rendas românticas, que pedem pelo preenchimento do corpo. Estes são do verão 2011/12, indicando que a tendência deve permanecer.

Première Vision / verão 2011/12

Estas transparências iridescentes, em que o tecido é extremamente delicado, também são para o verão 2011/12.

Première Vision - Jakob Schlaepfer / verão 2011/12
Há muita tecnologia investida nesta direção e os efeitos tendem a causar espanto pela quase imaterialidade do resultado.

Première Vision - Forum Seduction / verão 2011/12

Resta dizer: o que está mandando ver nas passarelas já está circulando por aí, confirmando que, o que pode parecer inviável à 1ª vista, em um momento seguinte é logo adaptado e ganha as ruas.


Uso nas ruas - Los Angeles

O procedimento tem história. Nas fotos abaixo, vintage Yves Saint Laurent com penas de avestruz cobrindo apenas a região dos quadris e busto esculpido em cobre no modelo azul. Em ambos, o desenho do corpo é que faz a roupa.

Yves Saint Laurent


Nas imagens do fotógrafo Jean Loup Sieff, é clara a relação do corpo como condutor da vestimenta. Sem ele, estes vestidos não seriam a mesma coisa. Pode parecer redundante dizer assim, mas neste caso não é.

Jean Loup Sieff

Algumas marcas construíram sua imagem a partir desta relação incendiária entre a roupa e a exibição do corpo. É o caso da Versace, que sempre investiu nesta super exposição dos contornos anatômicos, definindo seu tipo de público a partir daí. Este é um modelo de 2000.

Livro "Fashion Now", editora Taschen

Fonte:UseFashion

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