sábado, 21 de agosto de 2010

MODA: O que fazer na próxima década

Começamos 2010 com a notícia de que aquela fatídica crise global, de setembro de 2008, ainda reflete negativamente na economia, afetando as exportações brasileiras que estão perdendo terreno em mercados estratégicos.
Esta retração no comércio exterior tem prejudicado o desempenho geral da indústria brasileira – a produção industrial em 2009 registrou queda de 7,4% ante 2008.

Apesar do consumo interno ter sustentado o país, evitando um abalo econômico ainda maior por conta da crise, sabemos que a próxima década nos reservará muitos desafios. Para ser um player global, como almeja o governo, o Brasil terá que sair da zona de conforto de exportador de commodities e competir no segmento de manufaturados.

Tenho recebido do nosso setor indagações do tipo “como o mercado vai se movimentar nos próximos 10 anos?” Não sou guru para prever nada, mas a minha resposta tem sido a mesma: temos que direcionar as ações não para o próximo ano, mas para o período de 2010 a 2020, como fazem os chineses.

Os dois eventos esportivos mundiais que ocorrerão no Brasil – a Copa do Mundo, em 2014, que retorna ao país depois de mais de 60 anos; e os Jogos Olímpicos de 2016, realizados pela primeira vez na América do Sul – serão oportunidades únicas para o setor produtivo brasileiro. Teremos que sair do planejamento e materializarmos os investimentos com estratégias focadas em dois objetivos:
1) A cadeia têxtil brasileira precisa mostrar sua importância no contexto de crescimento real do país.

2) A indústria do nosso setor deve aumentar os recursos em tecnologia e melhorar a gestão para ser mais competitiva.

Algumas empresas têxteis já demonstraram capacidade para inovar. Ousaram tanto na criatividade e na qualidade de seus produtos que deixaram os compradores internacionais encantados, como vimos nas feiras têxteis e de moda, realizadas em janeiro no Brasil e na Colômbia. Portanto, é possível, sim.

À parte nossos problemas de infraestrutura, temos que manter nossa vocação de investidores, empreendedores e trabalhadores. Os eventos esportivos da próxima década nos darão grande visibilidade, mas também nos colocará em xeque.

Devemos surpreender, mostrando o nosso profissionalismo.

A era do “quebragalho” acabou. É chegada a hora de nos posicionarmos definitivamente entre os países de referência têxtil e de moda no cenário mundial.

Envie seus comentários para mim. diretoria@textilia.net

Por: Maria José de Carvalho
Fonte: Textília

Um comentário:

  1. concordo que a postura da indústria têxtil brasileira deve mudar, mas não concordo que o brasil perdeu vendas unicamente por causa da crise. o produto brasileiro é muito caro se comparado com o chinês, paquistani, indiano ou outros. grandes produtores de diversos produtos - desde commodities a manufaturados - se diferenciaram de seus concorrentes pela qualidade ou por novos nichos de mercado (orgânicos, fair trade, etc). o brasil não está nem lá nem cá. ou baixamos os custos para baixar preços ou nos diferenciamos. se isso não ocorrer não será só a indústria da moda que estará fadada ao fracasso.

    beijos,
    carol

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